terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Valorização individual ou coletiva na sociedade?



Durante décadas, os seres humanos mantêm uma cultura norteada pela competição, na qual o objetivo é que cada pessoa sempre supere às outras, alcançando ganhos sociais e econômicos, decorrentes de “sucesso” obtidos individualmente.
O processo de competição é considerado salutar e correto por determinados segmentos sociais, que compreendem tratar-se de algo natural, que faz parte do dia a dia da sociedade, a qual deve reconhecer e valorizar “os vitoriosos”, sem que haja uma reflexão aprofundada dos métodos utilizados de determinadas conquistas.
Como a ideologia do sistema vigente prega a competição entre as pessoas, verifica-se que a mesma é assimilada no interior das famílias, considera o berço da sociedade, levando os pais a disputarem o amor dos(as) filhos(as), bem como estimular a concorrência entre eles(as), fatos que geralmente ocorrem de forma inconsciente.
A doutrinação do sistema é observada com maior ênfase nos estabelecimentos de ensino, que valoriza a disputa entre os(as) alunos(as), através das olímpiadas escolares com premiação exclusiva aos vencedores e não a todos participantes, além do destaque dado aqueles(as) que obtêm as melhores notas.
A disputa dos(as) estudantes é mantida de forma permanente, tanto em escolas públicas como particulares, as quais, estão criando “turmas especiais” para os(as) alunos(as) que tem os melhores currículos escolares, separadamente dos demais, visando a obtenção dos primeiros lugares em vestibular, como se tal situação por si só, fosse fundamental para posterior formação dos(as) mesmas.
Em qualquer campo de atividade humana, se observa que há sinais de competição, sempre havendo alguém querendo mostrar supremacia sobre outras pessoas, tomando medidas e adotando posições voltadas para o que se denomina “subir na vida” e ter maior status na sociedade.
Esta busca de supremacia representa a disputa pelo poder, reinante em todas  relações sociais e não só na política partidária,    havendo o uso de alegação como  “os meios justificam os fins” para adoção de atitudes antiéticas e que só visam derrubar as outras pessoas para se manter no “poder”, mesmo que este seja efêmero ou até ilusório.
Conforme a ótica do sistema vigente, o ter é mais importante do que o ser, ou seja, as pessoas sempre estão querendo ampliar seus bens, o que leva ao acirramento da competição humana na tentativa de galgar espaços profissional e social.

É importante salientar que este blogueiro não defende a ideia que as pessoas não sejam valorizadas pelo seu desempenho individual, porém não pode ser admitida a falta de respeito às demais pessoas na busca de conquistas e ganho, como se vê atualmente em diversas situações.
Como passo de mudança, verifica-se a necessidade de incentivar, a cooperação e a solidariedade entre as pessoas, o que fará que a competição desleal e desumana fique em segundo plano, possibilitando a construção de novo formato de relacionamento humano, que contribuirá no surgimento de uma sociedade justa e fraterna, na qual haja valorização das ações coletivas com maior vigor.