“Eu odeio política”, certamente você já ouviu esta frase em algum lugar (ou quem sabe, você já tenha falado), pela qual se expressa o sentimento de algumas pessoas com referência aos partidos políticos e parlamentares, de modo geral, principalmente, em momentos como o atual, quando se inicia a campanha eleitoral.
Mas, será que sabemos realmente o que é “fazer política”? Qual a importância de “fazer política” na vida de cada um (a) de nós e para coletividade?
Historicamente, verificamos que as elites brasileiras sempre procuraram passar a idéia que política era algo que só deveria ser feita por um grupo reduzido da sociedade, que eram os homens brancos e ricos, não permitindo a participação das mulheres e dos trabalhadores de modo geral no debate das questões da sociedade.
Com tal propósito, buscavam afastar a classe trabalhadora de qualquer discussão dos problemas que atingiam seu dia a dia, mantendo um processo de dominação e exploração, criando mecanismos que dificultassem a organização política dos trabalhadores e trabalhadoras e de outros segmentos sociais.
Ciente da importância de sua organização para mudar o rumo de sua história, a classe trabalhadora vem ultrapassando diversas barreiras ao longo do tempo e vem buscando encontrar saídas para seus problemas, combatendo as armadilhas implantadas pelas elites, mostrando que a política é um ato permanente, presente em qualquer ação que se queira realizar.
Verificamos que as mulheres, como outros grupos sociais, também vem mostrando a importância da presença no debate das questões que as atingem, construindo e implantando proposições para um mundo mais justo, decorrentes do envolvimento político nas diversas esferas da sociedade.
Como reflexão, seria interessante pensar o que seria deste país, se os agrupamentos excluídos do debate político pelas elites brasileiras (trabalhadores e trabalhadoras, mulheres, negros, entre outros) não vencessem as barreiras que os impediam do debate político, como estaríamos vivendo atualmente?
Compreendo que os fatos acima mostram a importância de “fazer política”, que é bem mais do que o ato de votar e ser votado, ressaltando que avalio que a participação política partidária e no período eleitoral são importantes para a sociedade.
Como em qualquer ação, estamos sempre tomando uma decisão e fazendo uma opção, que interfere nossa vida, entendo que ao tomar esta decisão, estamos fazendo um ato político, escolhendo um lado em detrimento de outro lado, seja na família, trabalho, escola e na sociedade como toda.
Segundo Aristóteles: “O homem é um animal político”, já indicando, naquela época, que a política é inerente ao ser humano, que vive permanentemente tomando decisões políticas, como por exemplo, o ato de sindicalizar-se, economizar energia, estudar para determinada prova ou concurso, dar uma desculpa para não ir ao trabalho, participar das tarefas domésticas.
Entendo que se “faz política” até ao se declarar neutro em determinado assunto, pois, neste caso a omissão favorece o lado mais forte no embate, o que, geralmente, possibilita que as injustiças continuem imperando entre nós, favorecendo as elites dominantes.
Finalizando, ressalto que o envolvimento político de cada pessoa nos diversos espaços sociais proporcionará que possamos realmente construir uma sociedade mais justa e igualitária, aonde os direitos e oportunidades serão realmente democratizados, possibilitando uma qualidade de vida melhor para cada ser humano.
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