Diversos segmentos sociais vêem, atualmente, adotando o discurso da importância do uso sustentável dos recursos naturais, buscando demonstrar uma preocupação com o meio ambiente, parecendo indicar que o grau de consciência ambiental se encontra em crescimento acelerado entre os diversos segmentos da sociedade.
Mas será que tal fato é verdadeiro? A questão ambiental consegue superar outros interesses antagônicos dentro da sociedade capitalista que vivemos e se tornou uma unanimidade?
Cito, por exemplo, o caso de empresas que efetuam a utilização dos recursos naturais e buscam transmitir a idéia que tem uma preocupação ambiental através, por exemplo, de programas de reflorestamento, contudo são permanentemente denunciadas por comunidades que sobrevivem do extrativismo pelo risco de serem expulsas dos locais onde sobrevivem diante a busca excessiva de lucro de tais empresas.
Vê-se aqui que os dois segmentos fazem discurso de defesa ambiental, porém apresentam objetivos contrários do ponto de vista social e econômico, refletindo diretamente na visão sobre o meio ambiente, levando a uma distinção de tais discursos e a própria prática de uso e exploração dos recursos naturais.
Como a sustentabilidade ambiental defendida por um grupo não é a mesma defendida por outro, devido aos projetos diferenciados de sociedade, verifica-se uma disputa de espaço, aonde cada segmento busca mostrar força, inclusive no tocante ao discurso ambiental, no qual os grupos com maior poder econômico se sobressaem devido ao domínio que tem sobre a mídia.
É importante registrar que o discurso da temática ambiental se desenvolve com os diversos grupos sociais, os quais buscam demonstrar sua preocupação com o meio ambiente, entendendo que há necessidade de se avaliar profundamente as mensagens sobre a preservação do meio ambiente, buscando identificar o que encontra no fundo de cada uma delas, observando quais são os verdadeiros interesses em jogo ou se só buscam manter o discurso politicamente correto sobre a questão ambiental.
Esta avaliação é importante, porque assim se verificará a fragilidade do discurso ambiental dos grupos econômicos da sociedade, tornando latente que a real pretensão é manter o processo de exploração que se desenvolve ao longo de anos e anos, mantendo a supremacia sobre os demais segmentos da própria sociedade.
Apesar da resistência de algumas pessoas, compreendo que não podemos aceitar um discurso ambiental dissociado da questão econômica e social, já que vivemos em uma sociedade em permanente disputa, aonde cada classe defende os seus interesses, inclusive do ponto de vista do meio ambiente.
Sendo assim, não existe possibilidade que haja uma unanimidade de interesses nos diversos discursos ambientais dos agrupamentos da sociedade, pois cada um tem uma visão de mundo e busca atingir determinados objetivos, muitos dos quais em oposição a outros grupos de outras classes sociais.
Diante deste quadro, vejo que as ações educativas necessitam incluir a análise sobre a formação da sociedade e os interesses que se encontram em jogo, possibilitando que as pessoas envolvidas nas mesmas se possam ver e definir os rumos que julgarem melhor para o meio ambiente.
Um processo consciente de escolha por parte da população é um passo fundamental para que a sociedade encontre as saídas para os problemas ambientais de sua localidade e do restante do planeta, buscando superar aos interesses antagônicos de forma consciente e coletiva.
Caro Ademir,se você puder gostaria que marcasse uma conversa/audiência com Roberto Arrais na próxima semana e mim ligasse ao telefone que é:
ResponderExcluir8882-7845.Ver se consegue,tudo bem.
João José
Com relação ao seu texto caro Ademir é possível levantar a seguinte questão: hoje um grande número de empresas se colocam como EMPRESA SOCIAL, o que na verdade é fachada porque o lucro continua exarcerbado e o consumismo acelerado.E ainda assim divulgam na mídia geral que são a favor da natureza.Precisamos buscar travar este debate,não achas!
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