terça-feira, 23 de agosto de 2011

Blog de Ademir Damião: Aspectos necessários para sustentabilidade

Blog de Ademir Damião: Aspectos necessários para sustentabilidade

Aspectos necessários para sustentabilidade


Dando continuidade ao tema da sustentabilidade, que foi o último artigo aqui postado, existe necessidade de levantar reflexões sobre outros aspectos relacionados ao assunto e que são fundamentais para que tenhamos práticas sustentáveis nas relações humanas nos dias atuais e possa garantir o futuro da humanidade.
Entre tais aspectos, incluímos um dos problemas que assola a sociedade brasileira e a mundial, que se refere ao processo de discriminação racial, o qual provoca um muro de separação entre as pessoas, pois determinados seres humanos se julgam superiores a outros devido à cor de sua pele, se observando que a construção de um futuro sustentável para raça humana não cabe os atos de preconceitos raciais.
A exclusão social, como já mencionado no artigo anterior, é outro aspecto ainda presente entre nós e decorrente das mazelas do sistema capitalista, o que leva uma parcela da sociedade não usufruir dos bens de consumo da sociedade e não tendo seus direitos básicos respeitados.
O estado de exclusão social é uma barreira para ser superada, objetivando alcançar a sustentabilidade no interior da sociedade humana, pois ao mesmo tempo, encontramos seres humanos vivendo na miséria e outros seres mantendo um consumo exagerado, ocasionando um desequilíbrio nas relações destas duas camadas sociais.
A construção de caminhos sustentáveis depende também de se respeitar a opção religiosa de cada pessoa, não havendo espaços para atos de intolerância, nos quais muitas pessoas se sentem capacitadas para julgar que determinadas crenças são demoníacas e não devem ser respeitadas.
O respeito à opção de qualquer pessoa tanto do ponto de vista religioso, como cultural e sexual, proporcionará um avanço e solidez para o futuro, nos tornando mais tolerantes, aceitando que as diferenças entre nós é algo que contribui para o fortalecimento da sociedade, permitindo nos vermos iguais apesar das diferenças.
Na busca da sustentabilidade, compreendo que a democratização dos meios de comunicações é um passo fundamental para que se possa garantir o respeito às tradições culturais de cada região brasileira, através de uma programação voltada para o interesse do crescimento da população e não de interesse de grupos econômicos.
Além dos aspectos acima, verifica-se que a participação popular é fundamental para que qualquer mudança se consolide na sociedade, não podendo a referida participação se resumir ao fato de votar nas eleições visando à escolha de representantes do poder executivo e do legislativo.
A participação popular se faz necessária no debate de questões locais e globais, contribuindo para reversão das injustiças que ainda permeiam entre nós e proporcionando a construção de uma cidadania plena, o que evitará que sejam tomadas decisões contrárias ao desejo da maioria da população.
O alicerce da sustentabilidade dependerá da forma que a humanidade irá enfrentar os desafios de mudanças de hábitos, costumes e concepções de vida, passando enxergar que qualquer atitude negativa provocará atrasos na construção de novos procedimentos nas relações humanas, deixando um mundo cada vez mais tensionado para as futuras gerações.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Blog de Ademir Damião: E a sustentabilidade?

Blog de Ademir Damião: E a sustentabilidade?

E a sustentabilidade?

Entre os temas abordados na atualidade, observa-se que um termo é citado, constantemente: SUSTENTABILIDADE, que é definida como “as ações e dos seres humanos que buscam atender suas necessidades atuais sem comprometer o futuro das próximas gerações”, porém, na prática, será que isto vem ocorrendo?
Inicialmente, é importante lembrar que diferentemente do pensamento de algumas pessoas, as ações e atividades sustentáveis não se concentram apenas do ponto de vista das questões ambientais, se encontrando direcionadas para as diversas áreas de atuação humana, visto a interferência que as mesmas possuem para o futuro da humanidade.
É importante ressaltar que a massificação da palavra “sustentabilidade” através da mídia é um ponto positivo, pois torna possível popularizar a palavra, que tempos atrás só era encontrada em livros técnicos e documentos oficiais, sendo observado que os mais variados segmentos vêem defendendo que a sustentabilidade deve ser uma prática permanente do ser humano.
Neste contexto, vê-se que há necessidade de “separar o joio do trigo”, ou seja, avaliar o que cada segmento faz na prática como ações sustentáveis, observando que determinados grupos econômicos buscam a autopromoção, através da mensagem que a sustentabilidade se encontra presente em seu dia a dia, o que se verifica com uma análise de alguns comerciais que surgem nos meios de comunicações.
Neste sentido, pode ser feitas indagações como: Em que sustentabilidade está falando um banco que se mantêm com o excessivo lucro ou uma empresa que lucra com a exploração dos recursos naturais, como, por exemplo, derrubando árvores ou extraindo minerais, bem como uma rede de supermercados que lucra com o consumo em larga escala de sua clientela? Além do mais, existem ações sustentáveis no tratamento dos(as) empregados(as) dessas e de outras empresas?
A resposta das indagações anteriores se encontra interligada ao modelo econômico que impera no mundo, o qual é baseado na exploração humana, com uma parcela de seres humanos usufruindo dos bens e riquezas em detrimento dos demais que se encontram espoliados e excluídos, ou seja, ações sustentáveis e capitalismo estão colocados em campo opostos.
Compreendo, então, que há necessidade da tomada de decisão sobre a herança que será deixada para o futuro da raça humana no planeta, buscando as saídas para os problemas que nos assolam, tomando decisões concretas e que atendam o interesse da maioria das pessoas, minimizando os riscos de degradações ambiental, social, econômica, política, entre outras.
Entre as decisões a serem tomadas, vejo como prioridade o permanente combate a fome, evitando casos como o da Somália, aonde uma grande parcela da população se encontra, segundo a Organização das Nações Unidas, em crise de fome, com alto índice de desnutrição e surto de doenças infecciosas, vivendo em uma região sobre os efeitos de seca, provocada pelas ações do próprio ser humano.
E voltando os olhos para o Brasil, são encontradas 16 milhões de pessoas que ainda se encontram em estado de extrema pobreza, conforme dados do Governo Federal, no indicativo que tais pessoas não estão inclusas na questão prática da definição de sustentabilidade, já que não vêem atendidas suas necessidades de sobrevivência.
Dentro da ótica ambiental, a humanidade vem provocando uma crise sem precedente em nosso planeta, com a destruição dos recursos naturais ainda existentes na busca da manutenção do nível de consumo imposto pela ótica do sistema capitalista vigente entre nós, cujos efeitos são sentidos pela própria raça humana através de catástrofes, como enchentes, secas, entre outros, cujas principais vítimas são, paradoxalmente, aquelas pessoas com menor poder aquisitivo e muitas excluídas do processo de consumo.
Como passo para garantia de ações sustentáveis, vejo como fundamental a construção de esferas democráticas, fortalecidas por amplo processo educativo, que possibilitem o envolvimento concreto da sociedade no debate e definição das decisões que busquem a melhoria da atual qualidade de vida dos seres humanos, o que, certamente, representará um melhor futuro da raça humana no planeta.