terça-feira, 10 de julho de 2012

E após a Rio+20?


As expectativas criadas em torno da aprovação de metas de sustentabilidade na Conferência Rio+20 não se efetivou na prática, sendo tomadas decisões tímidas, que pouco ou quase nada irão contribuir para minimizar os problemas atualmente existentes no Planeta, demonstrando que os chefes de estados não conseguiram superar as divergências e colocar seus interesses econômicos e políticos em segundo plano em prol da melhoria das condições socioambientais.
Os resultados obtidos em tal Conferência se assemelham aqueles de encontros mundiais anteriores, nos quais os países considerados mais ricos, busca a manutenção do “status quo”, não permitindo que avancem as proposições voltadas para reversão do quadro de degradação que atinge a população residente em áreas vulneráveis, situadas principalmente em países mais pobres.
É interessante observar que o documento aprovado pelos governantes mundiais é denominado de “O Futuro que Queremos”, porém não apresenta nem os objetivos de desenvolvimento sustentável, que só deverão entrar em vigor em 2015, logicamente se forem cumpridas as agendas definidas na Conferência e vencidos os obstáculos atualmente existentes.
Diante da situação, torna-se evidente que, apesar da crise financeira mundial, os interesses capitalistas continuam sendo mantidos, já que o encontro do Rio de Janeiro não criou mecanismos suficientes para minimizar a exploração dos recursos naturais, a destruição da biodiversidade em todo planeta, bem como a exclusão social de grande parcela da humanidade.
Neste contexto, o documento final da Conferência Rio+20 não traz esperança para crise que assola a Terra, se configurando o quadro que os governos não encontrarão saídas para o problema, sem que a sociedade civil aumente seu foco de atuação na agenda ambiental, definindo prioridades a serem atingidas do ponto de vista local e global.
A temática ambiental deve ser uma apropriação coletiva, cujo debate do tema em qualquer esfera necessita incluir os efeitos negativos do capitalismo, cujos tentáculos, que prejudica a qualidade de vida, os recursos naturais e coloca em risco a continuidade de vida na Terra.
Observa-se, então, a necessidade de ampliar a mobilização mundial no sentido de reverter o quadro alarmante que envolve a questão socioambiental na atual conjuntura mundial, pois não se pode aceitar que em defesa do desenvolvimento de cada país se mantenha o risco de devastação ora existente em diversas partes do Planeta.
A construção da agenda ambiental só se efetivará caso os movimentos sociais consigam superar as divergências existentes sobre concepção de sociedade, defendendo estratégias comuns para o objetivo maior, que é a implantação de meios sustentáveis de sobrevivência da espécie humana, englobando temas como trabalho, uso dos recursos naturais, bem estar social, saúde, educação, lazer, tolerância racial, sexual, política e religiosa, entre outros.
Finalizando, ressalte-se que, após a Rio+20, a mobilização da sociedade, com o fortalecimento da cidadania local e global, é fator prepotente para que os governos possam construir mecanismos voltados para o desenvolvimento realmente sustentável, garantindo um Planeta melhor para todas pessoas e não só para uma elite social.


2 comentários:

  1. Acredito que toda temática ambiental é fruto da coletividade.
    Portanto considero que temos ainda que avançar para repensar a nossa vida e a sustentabilidade dela, já!
    Boa reflexão e belo artigo!
    Dálete Mª Lago C. Santos

    ResponderExcluir
  2. Nós ja sabíamos que as poderosas e capitalistas nações não iriam assumir suas obrigações. Faltou tb uma posição FIRMe DO GOVERNOM BRASILEIRO. VAMOS Em FRENTE COM A LUTA, ISSO FOI determinado pela CÚPULA DOS POVOS. NÃO DESISTIREMOS E VAMOS VENCER É UMA UTOPIA.
    AB
    EMILIA

    ResponderExcluir