Um dos grandes dons de
algumas pessoas é o de transformar determinadas palavras em clichês,
utilizando-as sem que haja um aprofundamento do significado prático das mesmas no
sentido de provocar mudanças nas ações humanas.
Entre tais palavras, uma
merece destaque a palavra “ética”, que, atualmente, compõe o linguajar dos
debates e discursos nas diferentes esferas das relações humanas no Brasil, se
tornando, inclusive, bandeiras de luta de alguns segmentos sociais.
É importante ressaltar que o
presente texto não tem a pretensão de repassar ensinamentos teóricos sobre o
que é “ética”, porém busca efetuar reflexões sobre os efeitos que seu uso
prático, no dia a dia, poderia provocar na vida das pessoas, mudando
comportamentos individuais e coletivos.
Não se pode deixar de
registrar que, recentemente, a palavra “ética” vem sendo ressaltada
constantemente pela mídia brasileira, notadamente as redes de televisão e os
grandes jornais, devido ao chamado julgamento do chamado “mensalão”, o que a
faz repercutir com maior intensidade no meio da sociedade.
Neste contexto, cabe uma
primeira reflexão, será que há ética numa sociedade na qual grande parte das
pessoas pensa a partir de reportagens em televisões e outros meios de
comunicações? Uma sociedade, em que a mídia impõe seus interesses e vontades,
pode se considerada eticamente constituída? Qual ética deve ser falada em ter com
os meios de comunicações sobre a propriedade de grandes grupos econômicos?
Com referência as suas
relações, muitos seres humanos vêm mantendo atitudes diferenciadas daquelas
consideradas “eticamente corretas”, o que se verifica nos atos de
discriminações social, racial, religiosa, sexual, assim como em ações de
intolerância , que chegam a provocar guerras e morte, criando barreiras e
obstáculos que impossibilitam a construção de espaços de convivência harmoniosa
e fraterna.
A falta de ética no seio da
sociedade humana é latente pelo processo de exclusão de uma camada de pessoas,
que vivem sofrendo as consequências de um sistema econômico centrado na
exploração e busca do lucro, conservando o pensamento de que o “ter” é muito
mais importante do que o “ser”, o que deveria ser exatamente contrário.
O processo de exclusão na
sociedade fica evidente na observação do uso dos benefícios decorrentes do
avanço tecnológico da humanidade, verificando-se a necessidade de mudanças
urgentes, norteadas por novos princípios éticos, que proporcionem uma plena
cidadania para homens e mulheres. Os seres humanos não mantém uma postura prática
do ponto de vista ético no seu relacionamento com meio ambiente, ocasionando a
degradação dos recursos naturais de forma acelerada, sem haver uma preocupação
com o futuro de sua própria espécie e das demais ainda existentes na natureza.
Além das questões coletivas,
citadas acima, deve ser lembrado que o uso da palavra “ética” não pode ficar
dissociada de atitudes individuais no dia a dia de cada ser humano, tanto na
defesa de seus direitos como também no respeito as demais pessoas, evitando
sempre a ideia de “tirar vantagem em tudo”, pois se alguém busca tal “vantagem’
sempre significa prejuízos para alguém e para a própria sociedade.
Finalizando, espera-se que haja
transformações éticas na sociedade brasileira e na mundial, que levem a garantia
de igualdade dos direitos e deveres das pessoas, independente de raça, cor, e fé
religiosa, o que, certamente, significará melhores condições de vida em nosso
país e no Planeta.
Fico pensando que para além da ética, como falar dela, se ainda temos diante dos nossos olhos, tanta degração e pessoas vivendo em niveis sub-humanos?
ResponderExcluirComo cobrar ética para uma sociedade de crianças ainda morrem de fome??
Precisamos repensar e de atitudes urgentes realmente para além da ética realmente!!
Basta vermos seres morrerem de fome!!
Dálete