sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Quem servir?
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Carnaval:Diversidade cultural e máscara social
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
A importância de ações individuais e coletivas para preservação ambiental
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
A construção do diálogo contra a ditadura do saber
No último material aqui postado, usei o termo “ditadura do saber” para mostrar como algumas pessoas que possuem conhecimentos teóricos menosprezam os conhecimentos práticos de outras pessoas com menor grau de escolaridade.
Naturalmente, que este tema causa é polêmico, mas torna necessário ser visto com profundidade em qualquer relação humana, pois sempre temos o risco de cair em uma armadilha onde queremos impor nossos conhecimentos sobre outras pessoas, sem respeitaras limitações de quem estamos realizando interlocução.
A forma de escapar da armadilha se encontra centrada na idéia de escutar, que é um grande aprendizado, pois, geralmente, somos educados para falar e não temos a paciência de ouvir outras idéias, principalmente se são contrárias as nossas, onde, de imediato, queremos nos contrapor, sem, ao menos, avaliamos o que foi apresentado.
O combate a “ditadura do saber” se inicia pela constatação que ninguém é dono da verdade, já que o que verdadeiro para uma pessoa pode ser falso do ponto de vista de outra, conforme seus conceitos, hábitos e costumes.
Compreendo que a base da “ditadura do saber” passa pela concepção da verdade única de determinadas pessoas, que não aceitam o contraditório, principalmente, quando surgem de pessoas de grau de escolaridade inferior, se tornando intolerantes e autoritárias.
Reconheço que para algumas pessoas se torna difícil aceitar esta situação, já que as mesmas se encontram ainda na casa grande e teimam em manter aqueles de menor escolaridade ou de menores condições sócio-econômicas lá na senzala, caso seja feita uma comparação com o período da escravidão.
A superação das diferenças intelectuais entre as pessoas deve ser mantida em qualquer estágio de relacionamento, porém não deve se criar falsos diálogos, onde os possuidores de conhecimentos teóricos se omitem, querendo transparecer a idéia que estão garantindo o espaço para demais pessoas, o que não é verdadeiro e construtivo.
Neste caso, a omissão representa mais uma faceta dos possuidores de conhecimentos teóricos, que na realidade querem, posteriormente, mostrar que um processo deste tipo não tem validade.
A conquista do consenso não é algo fácil e rápido, porém representa o único caminho possível para que possamos ter uma sociedade sem vencedores e vencidos, ou seja, sem dominadores e dominados, já que qualquer dominação social representa a manutenção da situação que vivemos no momento e que, certamente, não vem trazendo resultados proveitosos para o futuro da humanidade.
O investimento no diálogo é o ponto inicial para que esta situação comece sofrer mudanças, onde os conhecimentos teóricos possam ser colocados frente a frente com os conhecimentos práticos, garantindo que as melhores idéias sejam assumidas por todos participantes de qualquer espaço de debate ou de construção coletiva.
A constituição de relações novas entre as pessoas dependem que consigamos construir uma convivência harmoniosa, onde os limites de cada um de nós não representem uma barreira, mas, ao contrário, um fator de agregação para um mundo novo.
Será que isto é possível ou é uma utopia?