A Igreja Católica juntamente com outras igrejas de doutrinas cristãs lançaram, recentemente, a Campanha da Fraternidade de 2010 cujo tema é “Economia e Vida” e o lema “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro”, que, no meu entendimento, possibilita uma discussão sobre questões de interesses de qualquer pessoa, independente de professar uma religião ou não.
Compreendo que o assunto levantado pela Campanha da Fraternidade de 2010 envolve o debate, que, caso se deseje, possibilita uma reflexão aprofundada sobre a atual situação que se encontra a humanidade, diante as mazelas provocadas pelo capitalismo.
Neste sentido, entendo que a Campanha da Fraternidade realizada pela Igreja Católica e as demais igrejas cristãs deveria apontar para o aprofundamento da análise das relações no sistema capitalista, buscando indicando caminhos para extinção as diversas formas de exploração e exclusão social, pois caso contrário, se tornará superficial, não alcançando a raiz estrutural da problemática questão.
O dinheiro faz parte da vida das pessoas, estando presente na história da humanidade, diante das transformações provocadas nas relações sociais a partir de seu surgimento como instrumento de troca de mercadorias em substituição aos produtos utilizados anteriormente nos intercâmbios comerciais.
Historicamente, o dinheiro surgiu como com o aparecimento da propriedade privada e a divisão da sociedade em classes sociais, levando a ruptura do trabalho coletivo, onde os bens e ganhos eram partilhados com os membros da comunidade.
A função social do dinheiro como base nos intercâmbios comerciais foi sendo colocado em segundo plano, devido ao processo de acumulação de bens realizado por grupos privilegiados, que se consolidou ao longo do tempo, havendo sempre o conflito de exploradores e explorados, representados pelos escravos de antigamente e pela classe trabalhadora da atualidade.
Nos dias atuais, com a sociedade globalizada se observa que o capitalismo vem mantendo sua rede de exploração e acumulação de bens, como ocorre com os lucros obtidos pelo setor financeiro, apesar da crise mundial da economia, enquanto milhares de pessoas permanecem excluídas sociailmente.
O fato de se ter dinheiro significa a oportunidade de efetuar a aquisição de produtos e mercadorias, e, logicamente, acumulando bens, gerando um consumismo excessivo que provoca o uso irracional dos recursos naturais e degradação do meio ambiente, colocando em risco a própria humanidade.
Infelizmente, muitas pessoas ainda se baseiam na posse do outro para manter um relacionamento ou tratar preferencialmente ou com maior delicadeza, indicando como o dinheiro é uma forte barreira social, que gera processos descriminantes para aqueles que não se encontram incluídos socialmente.
Há pessoas que idolatram o dinheiro e o consumo, esquecendo da necessidade de viver em harmonia e paz com seus semelhantes, dando maior importância ao ter do que ao ser, e, muitas vezes, não possui limite para o enriquecimento pessoal.
Mesmo não sendo um profundo conhecedor das diversas crenças existentes no planeta, compreendo que todas elas pregam o amor as pessoas e o respeito a natureza, logo a fé que se tenha em um DEUS ou em DEUSES obriga qualquer ser humano avaliar o relacionamento mantido com o dinheiro, evitando que na prática haja a falta de compromisso com os princípios de qualquer religião, seja o cristianismo, islamismo, judaísmo, hinduísmo, espiritismo, candomblé, umbanda, entre outras.
Fonte pesquisa: A Origem do Dinheiro, de Jozsef Robert, Coleção Universidade Popular da Global Editora.
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