terça-feira, 27 de março de 2012

Meio ambiente, capitalismo e a Rio+20

Em junho do presente ano, a ONU realizará a Rio+20, evento que reunirá diversos países para discutir os problemas ambientais depois de 20 anos da ECO 92, buscando definir ações que garantam o desenvolvimento com sustentabilidade do Planeta,  questão que já foi objeto de debates internacionais, em outras ocasiões, antes e após a Conferência de 1992, sem a obtenção de resultados práticos.
Cabe, então, a seguinte pergunta: Por que depois de diversos encontros mundiais, ainda não foram encontradas saídas para os problemas ambientais que assolam a Terra?
Em resposta para a pergunta acima, observa-se que, nos encontros internacionais, que cada país, notadamente aqueles considerados mais ricos, demonstra que só tem a pretensão de manter seus interesses econômicos, não havendo preocupação com os problemas ambientais, buscando evitar que as empresas capitalistas diminuam seus lucros com a adoção das medidas que minimizem os danos ora existentes sobre o meio ambiente.
Neste contexto, verifica-se que não pode haver uma discussão sobre as questões ambientais dissociadas da análise do sistema capitalista, pois na raiz do referido sistema se encontram as mazelas que provocam agressões ao meio ambiente, com sérios prejuízos a qualidade de vida do ser humano.
Os problemas provocados pelo capitalismo se originam na ideia da supremacia humana sobre a natureza, bem como que determinadas pessoas são inferiores a outras, levando um processo de desenvolvimento da sociedade que só beneficiam uma pequena parcela da humanidade e causando a destruição dos recursos naturais, devido ao seu uso inadequado.
Existe a necessidade de verificar o modo de vida da humanidade, no qual as pessoas são levadas a um processo permanente de consumo, baseadas na lógica de possuir e ter sempre mais, decorrente da ideologia do sistema capitalista, tornando-se urgente a reversão deste comportamento, pois só assim a própria humanidade terá continuidade no Planeta nos próximos anos.
É interessante que, de forma genérica, as pessoas e agrupamentos sociais se preocupam com o meio ambiente, porém, na prática, tal preocupação não se consolida, levando a aceleração de problemas, cujos reflexos são sentidos pelo próprio ser humano e pela natureza, indicando que a lógica capitalista necessita ser superada urgentemente.
Registre-se, também, que os problemas ambientais atingem em larga escala, a parcela de seres humanos que se encontram excluídos dos ganhos do sistema capitalista, que, já que residem nas áreas de maior fragilidade, por falta de opções provenientes das relações sociais e econômicas impetradas pelo referido sistema.
A Rio+20 só produzirá resultados satisfatórios se aprofundar o debate sobre a relação capitalismo x meio ambiente, buscando encontrar saídas para o momento vivido pela humanidade, definindo ações que possam garantir que os recursos naturais sejam usados sustentavelmente, fato que se torna difícil se não houver uma quebra da estrutura capitalista na sociedade.
Como, na atual conjuntura, não há perspectivas para que ocorra mudança internacional nas relações econômicas, sociais e políticas, a Rio+20 servirá apenas no sentido de se encontrar paliativos para preservação ambiental dentro do capitalismo, logicamente, se a sociedade civil globalizada mostra força e participação, pois, do contrário, nem tais paliativos não serão alcançados.



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