A consciência sobre a necessidade da preservação ambiental ainda é um desejo a ser alcançado, pois prevalecem interesses individuais ou de determinados setores nas ações humanas, provocando o desequilíbrio na relação com a natureza com o uso inadequado dos recursos naturais e prejuízos à qualidade de vida do próprio ser humano.
Como mais de 80% da população humana é urbana, observa-se que os maiores problemas ambientais se concentram nas cidades e suas proximidades, verificando-se práticas insustentáveis, decorrentes da ideia de supremacia do ser humano sobre os demais seres e recursos naturais.
Observa-se, então, que, devido aos interesses individuais, os centros urbanos sofrem com agressões ambientais, como corte de árvores, poluição sonora, lançamento inadequado de resíduos sólidos e esgotos sanitários, aterros de cursos de água, que, conjunta e cumulativamente, vem causando sérios prejuízos ao meio ambiente.
Logicamente os maiores problemas ambientais são provocados por interesses privados de grupos econômicos diversificados, como construtoras e indústrias, que demonstram a falta preocupação com as questões ambientais, tornando a proposta de desenvolvimento sustentável mera formalidade.
O objetivo de tais grupos econômicos é ampliar a margem de lucro, e os mesmos vem à questão ambiental como empecilho para alcançar sua pretensão, e, sendo assim, a única preocupação é cumprir a formalidade do do licenciamento ambiental, que é necessário para obtenção de financiamento junto as instituições financeiras públicas.
A camada da população de menor poder aquisitivo, tanto dos centros urbanos como da área rural, é a que mais sofre com os efeitos negativos decorrentes dos danos provocados ao meio ambiente, vivendo em situação de vulnerabilidade socioambiental, com riscos de deslizamentos de barreiras, enchentes, carência de água, estiagem prolongada, entre outros.
A construção da consciência ambiental se encontra condicionada, portanto, as mudanças de hábitos do ser humano, o que, em princípio, depende de transformações no modelo de organização da sociedade capitalista, no qual as pessoas são levadas a ter e não em ser.
A ideia e a vontade de ter é fator primordial para ampliação do nível de consumo e ocasiona a não preservação dos recursos naturais, indicando a necessidade de se encontrar soluções para o atual estágio de convivência no planeta.
Ressalta-se que qualquer transformação dos seres humanos depende de ampla ação educativa, que não apresentará resultados satisfatórios se não tiver como base o processo de participação popular e fortalecimento da cidadania local e global, que contribuirão para mudanças de hábitos das pessoas, levando-as a conviver harmonicamente com a natureza e os recursos naturais, bem como melhorando a qualidade de vida no planeta.
Concordo, Ademir. Abraço, Silvio Mesquita.
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