Dentro de alguns dias, o povo
brasileiro irá escolher seus representantes para os poderes executivo e
legislativo em níveis nacional e estaduais, com o processo eleitoral
considerado o clímax da democracia no país, conforme ideia defendida por alguns
setores da sociedade e da grande mídia, consideração que necessita refletida,
e, neste sentido, este blog pretende apresentar uma leitura diferenciada, que
será dividida em duas postagens.
Com as postagens, pretende-se avaliar o
processo democrático brasileiro, efetuando uma reflexão sobre os passos a serem
dados para alcançar a plena democracia, que passa pelo envolvimento e
engajamento individual e coletivo na construção do alicerce de uma nova
sociedade, o que só se tornará possível com ampla participação popular e
criando-se condições para que em qualquer espaço haja igualdade de direitos e
oportunidades.
No primeiro artigo busca-se analisar as
questões relacionadas às eleições, que necessitam de aprimoramento para que
possa ser considerado algo essencialmente democrático, partindo da visão do
responsável por este blog, o qual, para evitar leituras errôneas, lembra que
reconhece a importância dos partidos políticos, sendo, inclusive, filiado a um.
Não se pode negar a importância das
eleições em nosso país, que representa uma conquista histórica da sociedade
brasileira diante a superação de diversas barreiras existentes no passado,
alcançando avanços fundamentais como a participação das mulheres, que,
anteriormente, não podiam votar e serem votadas, o direito aos analfabetos
também de votarem, o voto livre e secreto, além da realização de eleições
diretas para Presidente da República, que foi um dos legados do fim do regime
militar decorrente da resistência daqueles que lutaram contra tal regime.
Apesar das eleições ser uma conquista
da sociedade brasileira, observa-se que para o avanço em busca de uma plena
democracia, existe a necessidade, entre outras questões, de avaliar a
atual obrigatoriedade do comparecimento às urnas, impedindo a possibilidade de
qualquer pessoa decida pelo não comparecimento, sem o risco de sofrer as
penalidades previstas na atual legislação eleitoral, o que não permitir a
liberdade individual sobre a forma de participação no processo eleitoral.
A ida às urnas por livre vontade
certamente provocará o fortalecimento da democracia, pois a maioria das pessoas
deverá comparecer às urnas de forma mais consciente, bem como os candidatos
serão obrigados a manter coerência em suas ações anteriores as eleições,
visando o convencimento das pessoas sobre sua forma de atuação e das propostas
para um futuro mandato.
Outro aspecto para o avanço democrático
do processo eleitoral, diz respeito a possibilidade do registro de candidaturas
avulsas nos pleitos, abrindo condições para que as pessoas sem vínculos
partidários venham concorrer nas eleições, desde que haja o respaldo de um
número mínimo de abonadores de cada concorrente, o que, certamente, ampliará as
opções de escolha para população, bem como obrigará os partidos a atuarem
coerentemente com seu princípios para manter e atrair filiações, fato
pouco observado atualmente, pois os filiados ficam sujeitos as decisões de
cúpulas de cada partido.
Em conjunto com a possibilidade de
candidaturas avulsas, verifica-se que há necessidade da implantação do voto
distrital, que impedirá o critério da proporcionalidade, no qual os puxadores
de votos ocasionam a vitória eleitoral de determinados candidatos sem condições
de se eleger isoladamente pertencentes ao seu partido ou coligação partidária.
Observa-se, a necessidade de definição
de um número máximo de mandato a ser exercido por um parlamentar, que abriria
condições para a renovação do quadro legislativo, evitando o carreirismo
político, lembrando, também, que com o voto distrital haveria uma maior
agilidade na substituição determinado representante que não venha cumprindo o
seu papel de forma ética e de acordo com sua plataforma eleitoral, pois
dependeria de decisão da população local a partir de convocação de um número
mínimo de eleitores do distrito.
A democracia do processo eleitoral
também se encontra condicionada ao controle de doações de grandes empresas,
ocasionando a campanhas desproporcionais, além do risco da influência do poder
econômica nos mandatos daqueles que receberam doações, bem como há necessidade
de se rever a distribuição de tempo de propaganda nos meios de comunicações,
que só beneficiam os partidos e coligações com representantes no Congresso Nacional,
o que impede a divulgação de propostas de pequenos partidos, que a mídia
denomina de “nanicos”.
As questões acima colocadas só poderão
ser concretizadas com uma Reforma Política, que para ser efetuada depende da
mobilização da sociedade junto aos parlamentares, exigindo que o atual “status
quo” seja modificado com ampliação do espaço democrático nas eleições, pois, do
contrário,, chegará o momento que será necessário perguntar: “Que democracia é
esta?”
Caríssimo Ademir, início dizendo que faço uma concessão a minha tolerância, pois é muito difícil não refletir sobre o "sufrágio universal", do que trato? trato da procura incessante pelo eleitor para o voto, e para o exercício da representação deixa pra lá! a questão da democracia passa pelo exercício da representação plena, o representante representa os representados e não a livre escolha posterior ao voto. acredito que possamos propor a: atualização, renovação, substituição seja como for até recall, não gosto do anglicismo, mas fazer o que? quando podermos a partir de 1 ano fazer o recall (eleitores do mesmo, oportunistas não). pra isso é necessário termos o controle da votação que fica a cargo de uma certa justiça cheia de interesses inconfessáveis.
ResponderExcluirMoacir
No dia que o salário da classe política, passar a ser de um salário mínimo, e cassação de várias regalias, forem vistas e regulamentadas, ai, eu começo a acreditar algo novo.
ResponderExcluirA sociedade precisa acordar!
Precisamos de posicionamentos claros e irmos dando basta a muita coisa!
A partir desse mínimo é que eu acredito em alguma coisa, mexendo, mudando nesse universo nefasto e injusto.
Democracia plena,para mim ainda é utopia!
Temos ainda milhões de Brasileirinhos e brasileirinhas passando fome essa é a triste realidade que nos assola ainda!
Dálete