domingo, 6 de dezembro de 2009

O que esperar a partir de Copenhague?

Nesta 2ª feira, é iniciada a 15ª Conferência das Partes da Convenção de Mudanças Climáticas das Nações Unidas – COP 15 -, em Copenhague, na Dinamarca, que deverá reunir chefes de mais de 190 países, objetivando discutir a problemática do aquecimento global e as possíveis saídas para as mudanças climáticas.
Acompanhando pela imprensa, observamos que cada país vem se posicionando com referência a taxa de redução da concentração de gases de efeito estufa n atmosfera, buscando estabelecer metas a serem cumpridas até 2020 em relação ao nível de 1990, onde no caso brasileiro, o Governo vem propondo uma taxa de 36,1 a 38,9%, se comprometendo reduzir em 80%o desmatamento na Amazônia e 40% no Cerrado.
A busca de um acordo global é o grande objetivo da COP 15, devendo ser lembrado que nos encontros anteriores para discussão das mudanças climáticas nunca houve consenso entre os países participantes, lembrando, que o governo norte americano, país que é o segundo emissor de CO2, não assinou o Protocolo de Kyoto e o congresso americano não aprovou a lei que busca estabelecer a redução das emissões dos gases.
Conforme divulgado na imprensa, a expectativa é que a nações participantes assumam metas de redução de 25% a 40% de seus níveis de emissão de carbono em relação a 1990 até 2020. A Conferência estabelecerá novas metas que substituam o Protocolo de Kyoto, que determinou em 1997 a redução de emissões de gases em 8% com base no ano de 1990.
Um acordo mundial em Copenhague deverá proporcionar mudanças no modelo de desenvolvimento mundial, com a utilização de energia mais limpa para produção industrial, diminuindo o uso de combustíveis, como petróleo e carvão.
Neste contexto, verifica-se que um acordo em Copenhague só irá ocorrer caso os interesses sócio-ambientais superem os interesses econômicos de cada país, mudando a lógica de relação da sociedade capitalista da busca excessiva do lucro, criando condições para um desenvolvimento sustentável, diminuindo os efeitos negativos da economia globalizada, mudando, inclusive, o estilo de consumo da sociedade.
O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, órgão das Nações Unidas, indica que a temperatura da Terra não pode aumentar mais do que 2º C - em relação ao período pré-Revolução Industrial - até o final do século, caso contrário, a sobrevivência humana estará sob ameaça.
Os especialistas no assunto alertam que os efeitos do aquecimento global atingem em maior escala a parcela excluída da humanidade em diversas partes do mundo, tanto no meio urbano como no meio rural.
No meio rural, observa-se que os efeitos do desmatamento, assoreamento dos rios, queimada e desertificação diminuem a fertilidade do solo, com a falta de água atingindo a população que sobrevive do extrativismo e da lavoura de subsistência, que, então, necessita de encontrar formas de sobrevivência, ampliando a possibilidade de ampliar o êxodo para o meio urbano, ocasionando a ampliação dos problemas sócio-ambientais no meio urbano.
Nas cidades, a população mais pobre que ocupa, geralmente, espaços sem arborização, com carência de serviços de saneamento em áreas de favelas e morros, sofrendo os efeitos do aquecimento global por residirem em áreas vulneráveis de enchentes, correndo os riscos de contaminação e ser atingida por proliferação de insetos e afetada por doenças como dengue, cólera, leptospirose, entre outras.
Observa-se, então, que é fundamental se encontrar saídas urgentes para questão do aquecimento global, pois, do contrário, cada vez mais se acelerará as desigualdades sociais e o abismo que separa as camadas sociais.
Finalizando, compreendo que cabe aos segmentos sociais se envolverem no debate da questão das mudanças climáticas, propondo soluções nas diversas esferas governamentais, na busca de soluções locais e globais a serem adotadas com máxima urgência, já que não se pode esperar que, nos próximos dias, os governos dos países participantes da COP 15 encontrem soluções definitivas para a questão do aquecimento global.

Um comentário:

  1. Observa-se que uma maior pressão recai geralmente para os países menos influentes econômica e politicamente. Os grandes contribuindes para a má qualidade do ar conseguem 'escorregar' nas exigências, com uma série de argumentos (leia-se desculpas) para reduzir o rigor na redução de suas emissões.

    Como otimista inveterada, faço votos que algo relavante seja feitopara o bem do meio ambiente, ou seja, nosso próprio bem.

    ResponderExcluir