sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Blog de Ademir Damião: O que espera em 2012?

Blog de Ademir Damião: O que espera em 2012?

O que espera em 2012?

Analisando o ano de 2011, observou-se que a sociedade deu passos reduzidos no sentido da construção de uma sociedade sustentável, sendo mantidas as estruturas que perpetuam o “status quo”, sem avanços no sentido de diminuir as diferenças sociais assim como do uso racional dos recursos naturais.
A aceleração da crise econômica nos países do “primeiro mundo” e sua continuidade nos Estados Unidos representou um dos destaques do ano, com os governantes tomando medidas no sentido de proteger a estrutura do capitalismo em detrimento aos direitos da classe trabalhadora, lembrando que tal crise vem provocando a falências de empresas e constantes quedas das bolsas de valores em todo planeta, bem como ao crescimento das dívidas públicas, colocando o sistema capitalista em estado de choque.
Apesar da crise capitalista, observou-se a manutenção da exploração irracional dos recursos naturais, com a humanidade continuando sofrer os efeitos das mudanças climáticas em todo planeta, sem que os representantes dos governos chegassem a um acordo concreto para minimizar a situação de imediato, como se viu durante a Conferência do Clima (COP-17), em Durban na África do Sul, que prorrogou o Protocolo de Kyoto.
Dentro da ótica da sociedade cada vez mais dividida em classes sociais, o ano de 2011 perpetuou o processo de discriminações e intolerância nas relações humanas, afastado a maioria das pessoas de um convívio civilizado independente da cor da pele e das opções religiosas, sexuais, culturais, entre outras.
As mobilizações sociais em diversas partes do mundo contra o capitalismo, inclusive nos Estados Unidos, representou um fato bastante positivo, pois com tais mobilizações fortaleceram a construção de uma cidadania global para enfrentar as mazelas do modelo econômico vigente, com os segmentos sociais dando grito de alerta contra o estágio de degradação em que vivem milhares de pessoas em todo planeta.
Como destaque se teve ainda a mobilização da população de países árabes em busca da participação popular na escolha de seus governos, havendo, porém, como ponto negativo a interferência acintosa dos Estados Unidos e da OTAN em algumas situações como foi o caso da Líbia.
A construção da cidadania global depende da continuidade das mobilizações da sociedade organizada em todo mundo, tendo os problemas de cada localidade como ponto de partida para que se possam ver os problemas decorrentes da globalização e que atinge os seres humanos, como é o caso da crise do capitalismo, salientando a necessidade do uso adequado das redes sociais da internet, como vem ocorrendo com a população árabe.
A atual crise os países do “primeiro mundo” e Estados Unidos, indica que há necessidade urgente de criar alternativas ao capitalismo, buscando e possibilitando a construção de ações sustentáveis nas esferas social, ambiental, econômica, financeira, política, institucional, entre outras, passando a ter um relacionamento mais justo entre as pessoas, revertendo práticas inconsistentes da busca do lucro fácil e excessivo.
É importante acrescentar que a derrubada das barreiras impostas pela estrutura do capitalismo não é algo que se dará do dia para noite, mas se espera que sejam dados passos nesta direção em 2012, contando, principalmente, com a organização popular, construindo novos rumos na história da humanidade, assim como afirmou Karl Marx: “Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado... “.




terça-feira, 15 de novembro de 2011

Blog de Ademir Damião: Consciência Negra: O combate ao racismo no Brasil

Blog de Ademir Damião: Consciência Negra: O combate ao racismo no Brasil

Consciência Negra: O combate ao racismo no Brasil

Vivemos o mês de novembro, o qual é denominado de “Mês da Consciência Negra”, devido à morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, ocorrida no dia 20 de novembro de 1695, sendo o mesmo um dos símbolos da resistência contra o preconceito racial e a escravidão no Brasil, lutando pela liberdade do povo negro.
O que nos traz os eventos que vem ocorrendo em todo Brasil durante este mês além das homenagens a Zumbi?
Atualmente, os eventos do “Mês da Consciência Negra” possibilitam uma reflexão sobre o racismo no interior da sociedade brasileira, fato negado pela elite e até por outros segmentos da sociedade, que até admitem a existência de barreiras sociais, mas rejeitam a existência do preconceito racial entre nós.
Até hoje, existem defesas da falada “democracia racial” no Brasil, o que foi negado pelo sociólogo Florestan Fernandes, o qual, em uma entrevista a um periódico da USP, afirmou que “que tal democracia é um mito, lembrando que a democracia significa, fundamentalmente, igualdade racial, econômica e política”, estágio nunca alcançado na história do povo brasileiro.
Apesar das tentativas de negação, é evidente que o racismo impera em nosso país, com as barreiras sociais sendo consequências do mesmo, pois a grande maioria da população excluída é de origem afro-brasileira, logo as ações de inclusão social devem ser acompanhadas do combate permanente as formas de preconceito racial que permeiam as relações humanas no Brasil.
A exploração capitalista implantada no Brasil manteve, historicamente, o modelo da “casa grande e a senzala do período colonial”, tanto na área rural como nos centros urbanos, observando-se que a elite composta em quase sua totalidade da raça branca mantêm os benefícios da “casa grande” nos centros urbanos, vivendo em áreas com boa infraestrutura e oferta dos serviços públicos de qualidade, enquanto que a população negra é mantida “na senzala”, vivendo em favelas, morros ou até mesmo dormindo sobre ponte ou marquises.
As ações afirmativas de governos de esquerda nos últimos anos em nível federal, estadual e municipal, como as políticas de cotas, o apoio às expressões culturais e religiosas afro-brasileiras e combate ao racismo institucional, entre outras, indicam uma mudança de rumo de alguns gestores públicos, contudo, constata-se que há um extenso caminho a ser percorrido que possibilitem que o povo negro possa viver com dignidade e respeito.
Compreendo que além das políticas públicas, torna-se, urgente, criar mecanismos de superação do racismo no interior da sociedade, já que o preconceito racial brasileiro possui a característica de se camuflar, como explicado por Florestan Fernandes, afirmando “que o tipo de racismo brasileiro veio do modelo de relação entre o negro escravo e o branco senhor e que, depois da abolição, a discriminação continuou acontecendo, mas foi ganhando, pouco a pouco, um caráter sutil e dissimulado”.
Neste sentido, observa-se que, em diversas ocasiões, a discriminação racial se expressa pelo isolamento social, piadas, apelidos, desconfiança no olhar, sendo verificado nos diversos segmentos sociais, incluindo escolas, mostrando que o racismo se encontra enraizado na sociedade brasileira e é praticado até por crianças.
Finalizando, compreendo que é fundamental se encontra mecanismos de combate ao racismo em qualquer espaço, pois, só assim, haverá condições de se construir uma sociedade mais justa para o povo brasileiro, tornando realidade a bandeira defendida por Zumbi dos Palmares e outros homens e outras mulheres ao longo de nossa história  até os dias atuais.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Blog de Ademir Damião: Educação ambiental - Práticas para uma nova sociedade

Blog de Ademir Damião: Educação ambiental - Práticas para uma nova sociedade

Educação ambiental - Práticas para uma nova sociedade

As ações de educação ambiental são sempre apontadas como caminho para que ocorram mudanças de práticas por parte das pessoas no tocante aos problemas ambientais, cabendo, contudo, questionar os resultados obtidos com o desenvolvimento de tais ações em todo planeta.
O questionamento se torna necessário para que possamos efetuar uma avaliação sobre os processos adotados nas ações de educação ambiental no tocante a concepção e procedimento de construção da proposta, além dos resultados obtidos.
Em muitas situações, observamos que determinados(as) especialistas se julgam com capacitação e preparação suficientes para levar uma proposta consolidada para o “público alvo”, como se o mesmo não tivesse condições de contribuir na construção de tal proposta.
Esta situação decorre da visão da superioridade de uma classe sobre outra, não se admitindo que pessoas com menor nível de escolaridade e de baixa renda possam oferecer contribuições decorrentes de suas experiências de vida em qualquer ramo da atividade humana, fato já desmitificado em diversas ocasiões.
É importante lembrar, ainda, o pensamento de Paulo Freire, sobre o educador e o educando, onde cada um contribui com o processo de aprendizagem do outro, numa troca rica e proveitosa, o que, infelizmente, em muitas ocasiões, não é praticado ou se torna apenas parte de um discurso.
Outro fator negativo se refere ao conteúdo de materiais utilizados em determinadas ações (vídeo, cartilha, folder, entre outros) que não possuem uma linguagem assimilada pela população envolvida, logo não produz os resultados desejados, já que não foram construídos a partir da história de vida das pessoas diretamente interessadas na questão.
A construção de qualquer proposta de ação de educação ambiental decorre da concepção que se tenha sobre o meio ambiente e como o ser humano se encontra inserido no mesmo, o que leva, também, a exploração e descriminação de outros seres humanos julgados inferiores.
Neste sentido, é fundamental avaliar qual a concepção de sociedade que norteia uma ação de educação ambiental, observando se a mesma busca manter o modelo econômico em que vivemos ou faz uma leitura crítica sobre a raiz das mazelas que assolam a humanidade.
Verifica-se, então, que seja qual for o tema abordado em uma ação de educação ambiental, poderá obter resultados satisfatórios, partindo do princípio que ocorra uma construção coletiva e se faça a ligação com os problemas do dia a dia da população decorrentes do sistema capitalista.
Compreendo, então, que uma ação de educação ambiental não pode deixar de incluir o debate político e social no seu conteúdo, possibilitando que as pessoas possam efetuar uma análise sobre os verdadeiros motivos dos problemas ambientais locais e globais e, a partir de então, possam conscientemente mudar suas práticas que não estejam contribuindo com uma melhor qualidade de vida e sustentabilidade ambiental.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Blog de Ademir Damião: Aspectos necessários para sustentabilidade

Blog de Ademir Damião: Aspectos necessários para sustentabilidade

Aspectos necessários para sustentabilidade


Dando continuidade ao tema da sustentabilidade, que foi o último artigo aqui postado, existe necessidade de levantar reflexões sobre outros aspectos relacionados ao assunto e que são fundamentais para que tenhamos práticas sustentáveis nas relações humanas nos dias atuais e possa garantir o futuro da humanidade.
Entre tais aspectos, incluímos um dos problemas que assola a sociedade brasileira e a mundial, que se refere ao processo de discriminação racial, o qual provoca um muro de separação entre as pessoas, pois determinados seres humanos se julgam superiores a outros devido à cor de sua pele, se observando que a construção de um futuro sustentável para raça humana não cabe os atos de preconceitos raciais.
A exclusão social, como já mencionado no artigo anterior, é outro aspecto ainda presente entre nós e decorrente das mazelas do sistema capitalista, o que leva uma parcela da sociedade não usufruir dos bens de consumo da sociedade e não tendo seus direitos básicos respeitados.
O estado de exclusão social é uma barreira para ser superada, objetivando alcançar a sustentabilidade no interior da sociedade humana, pois ao mesmo tempo, encontramos seres humanos vivendo na miséria e outros seres mantendo um consumo exagerado, ocasionando um desequilíbrio nas relações destas duas camadas sociais.
A construção de caminhos sustentáveis depende também de se respeitar a opção religiosa de cada pessoa, não havendo espaços para atos de intolerância, nos quais muitas pessoas se sentem capacitadas para julgar que determinadas crenças são demoníacas e não devem ser respeitadas.
O respeito à opção de qualquer pessoa tanto do ponto de vista religioso, como cultural e sexual, proporcionará um avanço e solidez para o futuro, nos tornando mais tolerantes, aceitando que as diferenças entre nós é algo que contribui para o fortalecimento da sociedade, permitindo nos vermos iguais apesar das diferenças.
Na busca da sustentabilidade, compreendo que a democratização dos meios de comunicações é um passo fundamental para que se possa garantir o respeito às tradições culturais de cada região brasileira, através de uma programação voltada para o interesse do crescimento da população e não de interesse de grupos econômicos.
Além dos aspectos acima, verifica-se que a participação popular é fundamental para que qualquer mudança se consolide na sociedade, não podendo a referida participação se resumir ao fato de votar nas eleições visando à escolha de representantes do poder executivo e do legislativo.
A participação popular se faz necessária no debate de questões locais e globais, contribuindo para reversão das injustiças que ainda permeiam entre nós e proporcionando a construção de uma cidadania plena, o que evitará que sejam tomadas decisões contrárias ao desejo da maioria da população.
O alicerce da sustentabilidade dependerá da forma que a humanidade irá enfrentar os desafios de mudanças de hábitos, costumes e concepções de vida, passando enxergar que qualquer atitude negativa provocará atrasos na construção de novos procedimentos nas relações humanas, deixando um mundo cada vez mais tensionado para as futuras gerações.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Blog de Ademir Damião: E a sustentabilidade?

Blog de Ademir Damião: E a sustentabilidade?

E a sustentabilidade?

Entre os temas abordados na atualidade, observa-se que um termo é citado, constantemente: SUSTENTABILIDADE, que é definida como “as ações e dos seres humanos que buscam atender suas necessidades atuais sem comprometer o futuro das próximas gerações”, porém, na prática, será que isto vem ocorrendo?
Inicialmente, é importante lembrar que diferentemente do pensamento de algumas pessoas, as ações e atividades sustentáveis não se concentram apenas do ponto de vista das questões ambientais, se encontrando direcionadas para as diversas áreas de atuação humana, visto a interferência que as mesmas possuem para o futuro da humanidade.
É importante ressaltar que a massificação da palavra “sustentabilidade” através da mídia é um ponto positivo, pois torna possível popularizar a palavra, que tempos atrás só era encontrada em livros técnicos e documentos oficiais, sendo observado que os mais variados segmentos vêem defendendo que a sustentabilidade deve ser uma prática permanente do ser humano.
Neste contexto, vê-se que há necessidade de “separar o joio do trigo”, ou seja, avaliar o que cada segmento faz na prática como ações sustentáveis, observando que determinados grupos econômicos buscam a autopromoção, através da mensagem que a sustentabilidade se encontra presente em seu dia a dia, o que se verifica com uma análise de alguns comerciais que surgem nos meios de comunicações.
Neste sentido, pode ser feitas indagações como: Em que sustentabilidade está falando um banco que se mantêm com o excessivo lucro ou uma empresa que lucra com a exploração dos recursos naturais, como, por exemplo, derrubando árvores ou extraindo minerais, bem como uma rede de supermercados que lucra com o consumo em larga escala de sua clientela? Além do mais, existem ações sustentáveis no tratamento dos(as) empregados(as) dessas e de outras empresas?
A resposta das indagações anteriores se encontra interligada ao modelo econômico que impera no mundo, o qual é baseado na exploração humana, com uma parcela de seres humanos usufruindo dos bens e riquezas em detrimento dos demais que se encontram espoliados e excluídos, ou seja, ações sustentáveis e capitalismo estão colocados em campo opostos.
Compreendo, então, que há necessidade da tomada de decisão sobre a herança que será deixada para o futuro da raça humana no planeta, buscando as saídas para os problemas que nos assolam, tomando decisões concretas e que atendam o interesse da maioria das pessoas, minimizando os riscos de degradações ambiental, social, econômica, política, entre outras.
Entre as decisões a serem tomadas, vejo como prioridade o permanente combate a fome, evitando casos como o da Somália, aonde uma grande parcela da população se encontra, segundo a Organização das Nações Unidas, em crise de fome, com alto índice de desnutrição e surto de doenças infecciosas, vivendo em uma região sobre os efeitos de seca, provocada pelas ações do próprio ser humano.
E voltando os olhos para o Brasil, são encontradas 16 milhões de pessoas que ainda se encontram em estado de extrema pobreza, conforme dados do Governo Federal, no indicativo que tais pessoas não estão inclusas na questão prática da definição de sustentabilidade, já que não vêem atendidas suas necessidades de sobrevivência.
Dentro da ótica ambiental, a humanidade vem provocando uma crise sem precedente em nosso planeta, com a destruição dos recursos naturais ainda existentes na busca da manutenção do nível de consumo imposto pela ótica do sistema capitalista vigente entre nós, cujos efeitos são sentidos pela própria raça humana através de catástrofes, como enchentes, secas, entre outros, cujas principais vítimas são, paradoxalmente, aquelas pessoas com menor poder aquisitivo e muitas excluídas do processo de consumo.
Como passo para garantia de ações sustentáveis, vejo como fundamental a construção de esferas democráticas, fortalecidas por amplo processo educativo, que possibilitem o envolvimento concreto da sociedade no debate e definição das decisões que busquem a melhoria da atual qualidade de vida dos seres humanos, o que, certamente, representará um melhor futuro da raça humana no planeta.

sábado, 2 de julho de 2011

Blog de Ademir Damião: Resíduos sólidos e meio ambiente

Blog de Ademir Damião: Resíduos sólidos e meio ambiente

Resíduos sólidos e meio ambiente

A questão dos resíduos sólidos (costumeiramente denominado como lixo) é um das principais assuntos colocado em pauta nos debates ambientais, mostrando como o tema tem uma relevância junto a determinados segmentos da sociedade brasileira, geralmente, indicando soluções voltadas para reciclagem, coleta seletiva e apoio as organizações de catadores.
Apesar dos avanços já alcançados com referência ao assunto, compreendo que há um longo caminho a ser percorrido para que os problemas sócio-ambientais decorrentes da geração dos resíduos sólidos, principalmente nos centros urbanos, sejam definitivamente solucionados.
Entre os avanços, destaca-se a organização nacional dos(as) catadores(as) de materiais recicláveis e em diversas cidades brasileiras, formando associações ou cooperativas, apresentando propostas  voltadas para preservação ambiental e melhoria da qualidade de vida do segmento.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos representa mioe forma nacional outro passo importante na busca de soluções para os problemas, com a mesma tendo, entre outros, os seguintes objetivos: redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, destinação adequada dos rejeitos, minimização da utilização dos recursos naturais e aumento da renda dos(as) catadores(as) de materiais recicláveis.
Compreendo, ainda, que para os objetivos acima sejam alcançados, observa-se que há necessidade da mudança de hábitos e costumes de grande parte da população, que é o grande desafio que se tem para solucionar de forma definitiva a problemática dos resíduos sólidos nas cidades/municípios brasileiros, que além de ações educativas, depende da transformação do modelo da sociedade em que vivemos, a qual se encontra centrada no consumismo excessivo notadamente da população com maior poder aquisitivo.
É importante lembrar que o consumo excessivo acelera a utilização irracional dos recursos naturais, bem como aumentar a geração do lixo, conforme se comprova pela pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), a qual indica que o Brasil produziu 60,8 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos em 2010, ou seja, uma quantia 6,8% superior ao registrado em 2009, aumentando a média de lixo gerada por pessoa de 359 kg para 378 kg de um ano para outro (2009 para 2010).
A pesquisa indica, ainda, que, em 2010, só 3205 municípios do Brasil tiveram iniciativas relacionadas aos programas de coleta seletiva, representando um acréscimo de 1,6% em referência a 2009, quando 3152 municípios desenvolveram tais programas, salientando que mais de 2000 municípios dos 5565 existentes no território brasileiro não tem nenhuma ação relacionada com a questão da coleta seletiva.
Os resultados da pesquisa indicam que há urgência na reversão da situação, que passa por decisões políticas e técnicas dos gestores, aonde se inclui o fortalecimento dos canais de participação e envolvimento da população, fundamentais para que qualquer proposta referente à questão seja consolidada, buscando evitar a continuidade da degradação ambiental e demais problemas decorrentes da crescente geração de resíduos sólidos no interior da sociedade brasileira.
Entendo que com a participação e envolvimento da sociedade se obterá resultados positivos em programas educativos, coleta seletiva e apoio aos grupos de catadores(as) de materiais recicláveis, ocasionando a melhoria ambiental e diminuição de riscos à saúde pública devido aos resíduos sólidos, bem como no tocante a construção de um modelo de sociedade menos consumista.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Blog de Ademir Damião: Dia Mundial do Meio Ambiente

Blog de Ademir Damião: Dia Mundial do Meio Ambiente

Dia Mundial do Meio Ambiente


No próximo dia 05 de junho, estaremos comemorando, novamente, o Dia Mundial do Meio Ambiente, aonde serão realizados eventos em várias localidades, que, em alguns casos, se estenderão por toda semana ou todo mês de junho, promovidos por órgãos governamentais e/ou segmentos da sociedade civil.
Neste momento, cabe uma reflexão sobre o objetivo que cada organização pretende alcançar com a realização de tais eventos, compreendendo que qualquer ato relacionado à questão ambiental deve buscar a ampliação da consciência das pessoas sobre a necessidade da busca da preservação ambiental nas atividades do ser humano.
É importante registrar que apesar das campanhas já realizadas nos anos anteriores, se verifica a continuidade dos problemas ambientais em larga escala, afetando a própria humanidade e com risco de danos irreversíveis para a natureza, demonstrando que há um longo caminho a ser percorrido até que se modifique o modelo de interação de grande parte dos seres humanos com o meio ambiente.
A agressão ambiental se alastra diante atitudes individuais e coletivas, decorrentes do modelo de sociedade capitalista, aonde as pessoas de maior poder econômico vem mantendo um nível excessivo de consumo, buscando a satisfação pessoal em detrimento aos efeitos provocados sobre a natureza.
A proposta de desenvolvimento sustentável continua sendo uma utopia dentro da sociedade, pois assim como existem aquelas pessoas mantêm uma prática consumista, também existem aquelas pessoas que continuam vivendo em situações de vulnerabilidade e risco social com as mínimas condições de sobrevivência, geralmente ocupando áreas que deveriam se encontrar sendo preservadas como mangues, encostas de morros, margens de rios e canais.
Observa-se que a ação voltada para garantia de um modelo sustentável de sociedade se encontra condicionada a derrubada das barreiras da exclusão social, garantindo um nível adequado da qualidade de vida das pessoas, além da tomada de decisões norteadas pelo uso racional dos recursos naturais.
Compreendo, então, que a obtenção de resultados positivos relacionados às ações sustentáveis por parte da sociedade depende do combate as mazelas decorrentes do sistema capitalista, que contribuem decisivamente com a degradação ambiental
Entendo que a participação dos diversos segmentos sociais é um fator importante na construção de soluções para os problemas ambientais, demonstrando a necessidade do desenvolvimento de ações educativas que possibilitem um envolvimento consciente da sociedade na luta pela preservação do meio ambiente.
O envolvimento da sociedade é fundamental para evitar que os interesses econômicos se sobressaiam aos interesses ambientais, buscando impedir que os recursos naturais sejam colocados em risco devido à obsessão pelo lucro de grupos capitalistas.
É importante ressaltar que apesar da riqueza da legislação ambiental brasileira, continuamos observar que o meio ambiente continua sofrendo agressão em todo território nacional, bem como os órgãos de controle ambiental são indicados como empecilhos ao desenvolvimento, demonstrando que a reversão de tal situação depende da ampla mobilização da sociedade em contraponto aos grupos econômicos nacionais e internacionais.
Neste sentido, a recém aprovação da proposta do “novo Código Florestal’ na Câmara dos Deputados representa um retrocesso que a sociedade brasileira necessita se mobilizar para ser derrubado pelo Senado Federal ou não ser sancionado pela Presidenta da República.
Finalizando, deve ser salientada a importância do “Dia Mundial do Meio Ambiente” diante a simbologia da data, aguardando que neste e nos próximos anos, os eventos contribuam decisivamente para que as pessoas tenham sensibilidade para resolverem os problemas ambientais, garantindo a continuidade da espécie humana no planeta.