domingo, 29 de novembro de 2009
Democracia racial: Da utopia para realidade
Chegamos ao fim do mês de novembro, quando, novamente, se comemorou “O Mês da Consciência Negra’, em homenagem a memória de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.
Durante todo mês, ocorreram diversas manifestações no território brasileiro, buscando denunciar as práticas de racismo ainda reinante na sociedade e buscando garantir os direitos da população negra.
Neste momento, cabe salientar que o debate sobre a questão racial deve fazer parte permanente da agenda da sociedade, logo não podemos nos prender, exclusivamente, ao mês de novembro para debater e ver este problema, já que o preconceito continua forte em muitos setores dessa sociedade.
Com a leitura e conhecimento da história de Zumbi e do Quilombo dos Palmares, observamos a necessidade urgente da revisão dos livros escolares, os quais repassam e transmitem a idéia da classe dominante, ou seja, da civilização branca, que escravizou o povo negro e dizimou o povo índio.
Enquanto essa revisão não ocorrer, continuará se propagando que a libertação dos negros com o fim da escravidão no Brasil escravos se deu graças à bondade da Princesa Izabel e da elite da época, supervalorizando o ato assinado em 13 de maio de 1888, sem reconhecer o processo que o antecedeu.
Não podemos deixar de lembrar que para Princesa Izabel assinar ao ato de abolição da escravatura, ocorreu muitas lutas populares no Brasil, como a permanente fuga dos negros e negras dos engenhos e fazendas, a formação dos quilombos, a Revolta dos Malês na Bahia, a Cabanagem no Pará, a Revolta dos Balaios no Maranhão, entre outras.
Vemos, então, que a assinatura da dita Lei Áurea em 13 de maio de 1888, nada mais foi que a capitulação da elite dominante de que não poderia continuar com a escravidão no Brasil, diante a eclosão de revoltas populares em diversos locais do país, faltando, inclusive, com a assinatura de tal Lei, a criminalização daqueles que constituíram a escravidão no país.
Além da revisão dos livros escolares, vê-se a importância de criar mecanismos concretos de combate a intolerância religiosa por diversos segmentos sociais, que não respeitam as práticas religiosas da população negra, devendo ser salientando que numa sociedade que se diz laica, as pessoas praticantes de religiões de matriz africana devem ser respeitadas assim como são as que praticam religiões de origem judaico-cristãs, bem as demais religiões existentes entre nós, além daquelas pessoas que afirmam ser ateístas.
A idéia de uma democracia racial brasileira continuará sendo uma utopia, enquanto não se garantir os direitos da população negra, que continua relegada em segundo plano, com grande parte excluída socialmente, havendo, portanto, a necessidade da criação de mecanismos que busquem proporcionar que os negros e as negras possam se tornar atores dentro da sociedade.
Observamos, então, que o debate realizado, anualmente, durante o mês de novembro é um momento de reflexão de uma realidade nacional que, diariamente, necessita ser avaliada e transformada, sem o que continuaremos presenciando práticas raciais entre nós.
Cada um ou uma de nós, que temos a consciência do mal causado pelo racismo, deve contribuir pelo fim do preconceito racial do ponto de vista pessoal e coletivo, transformando a utopia de democracia racial em uma realidade para a sociedade brasileira.
Durante todo mês, ocorreram diversas manifestações no território brasileiro, buscando denunciar as práticas de racismo ainda reinante na sociedade e buscando garantir os direitos da população negra.
Neste momento, cabe salientar que o debate sobre a questão racial deve fazer parte permanente da agenda da sociedade, logo não podemos nos prender, exclusivamente, ao mês de novembro para debater e ver este problema, já que o preconceito continua forte em muitos setores dessa sociedade.
Com a leitura e conhecimento da história de Zumbi e do Quilombo dos Palmares, observamos a necessidade urgente da revisão dos livros escolares, os quais repassam e transmitem a idéia da classe dominante, ou seja, da civilização branca, que escravizou o povo negro e dizimou o povo índio.
Enquanto essa revisão não ocorrer, continuará se propagando que a libertação dos negros com o fim da escravidão no Brasil escravos se deu graças à bondade da Princesa Izabel e da elite da época, supervalorizando o ato assinado em 13 de maio de 1888, sem reconhecer o processo que o antecedeu.
Não podemos deixar de lembrar que para Princesa Izabel assinar ao ato de abolição da escravatura, ocorreu muitas lutas populares no Brasil, como a permanente fuga dos negros e negras dos engenhos e fazendas, a formação dos quilombos, a Revolta dos Malês na Bahia, a Cabanagem no Pará, a Revolta dos Balaios no Maranhão, entre outras.
Vemos, então, que a assinatura da dita Lei Áurea em 13 de maio de 1888, nada mais foi que a capitulação da elite dominante de que não poderia continuar com a escravidão no Brasil, diante a eclosão de revoltas populares em diversos locais do país, faltando, inclusive, com a assinatura de tal Lei, a criminalização daqueles que constituíram a escravidão no país.
Além da revisão dos livros escolares, vê-se a importância de criar mecanismos concretos de combate a intolerância religiosa por diversos segmentos sociais, que não respeitam as práticas religiosas da população negra, devendo ser salientando que numa sociedade que se diz laica, as pessoas praticantes de religiões de matriz africana devem ser respeitadas assim como são as que praticam religiões de origem judaico-cristãs, bem as demais religiões existentes entre nós, além daquelas pessoas que afirmam ser ateístas.
A idéia de uma democracia racial brasileira continuará sendo uma utopia, enquanto não se garantir os direitos da população negra, que continua relegada em segundo plano, com grande parte excluída socialmente, havendo, portanto, a necessidade da criação de mecanismos que busquem proporcionar que os negros e as negras possam se tornar atores dentro da sociedade.
Observamos, então, que o debate realizado, anualmente, durante o mês de novembro é um momento de reflexão de uma realidade nacional que, diariamente, necessita ser avaliada e transformada, sem o que continuaremos presenciando práticas raciais entre nós.
Cada um ou uma de nós, que temos a consciência do mal causado pelo racismo, deve contribuir pelo fim do preconceito racial do ponto de vista pessoal e coletivo, transformando a utopia de democracia racial em uma realidade para a sociedade brasileira.
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Dia da Consciência Negra
Chegamos a 20 de novembro, o Dia da Consciência Negra!
Neste dia, em 1695, morria Zumbi, que nunca aceitou ser escravo e buscou construir uma sociedade livre no Quilombo dos Palmares, sendo o maior líder daquele local e que foi combatido pelos poderosos da época até seu assassinato.
O Dia da Consciência Negra, criado pelo movimento negro, além de representar uma homenagem a Zumbi, objetiva ampliar o combate sobre o preconceito racial existente na sociedade brasileira e a necessidade de se criar condições para que a população negra seja respeitada e possa viver com dignidade.
Hoje é uma ótima oportunidade de reflexão sobre quais são os espaços ocupados pela população afro-descendente nas diversas esferas sociais, se tem seus direitos garantidos e se são tratados de forma igualitária as pessoas de pele branca.
Esta reflexão não é para manter feridas abertas, mas sim para buscar formas de cura para as mesmas, pois só aprofundando o debate sobre o tema é que a sociedade brasileira conseguirá acabar com a mazela do racismo ainda existente entre nós.
A história de Zumbi foi uma eterna busca de viver em liberdade e, atualmente, nós, negros e negras continuam lutando por liberdade, para que possamos viver a cultura e religiosidade da raça afro-brasileira, sem que seja considerada simplesmente como parte do folclore brasileiro.
Uma das questões fundamentais para se alcançar esta liberdade se relaciona a necessidade do Brasil ser um Estado realmente laico, respeitando as diversas expressões religiosas, incluindo aquelas de matriz africana, e até o direito das pessoas serem ateístas sem nenhuma forma de discriminação.
Neste sentido, as ações preconceituosas contra os seguidores do candomblé e demais religiões relacionadas ao povo negro deve ser combatida por todos, independentes da raça, que pretendem construir uma sociedade igualitária no país.
Uma questão que também merece nossa reflexão, neste dia, é a continuidade da visão elitista da história do povo brasileiro, que continua sendo contada a partir da versão dos colonizadores, sem levar em consideração a importância de outras raças, que são sempre colocadas em plano inferior.
O resgate e inclusão a presença histórica da raça negra passa pelo estudo da importância dos quilombos, como o de Palmares, que foram os primeiros focos de resistência coletiva contra a opressão da elite, podendo ser considerado como embriões da luta por uma nova sociedade, que continua nos dias atuais.
Em busca deste resgate histórico, o movimento negro vem afirmando ao longo dos anos que “13 de maio não é dia de negro”, buscando desmistificar a idéia que a abolição da escravidão no Brasil se deu a partir da bondade da Princesa Izabel, como se procura mostrar em alguns livros, mas com a luta dos negros e das negras por liberdade, como foi o caso do Quilombo dos Palmares e do próprio Zumbi.
De um modo geral, observa-se que o dia de hoje tem uma importância fundamental para que se alcance uma verdadeira democracia racial entre nós, pois do contrário, continuaremos com as tentativas de esconder a verdade, empurrando o problema para debaixo do tapete, sem encontrar as saídas necessárias para vencer o racismo.
Finalizando, registro que teremos em todo Brasil, neste dia 20 de novembro, eventos comemorativos ao Dia da Consciência Negra, como no caso de Recife, onde haverá um ato no Pátio de São Pedro no final da tarde, precedido de caminhadas no centro da Cidade, cabendo a todos e todas que querem construir uma sociedade igualitária se fazer presentes e participar.
Neste dia, em 1695, morria Zumbi, que nunca aceitou ser escravo e buscou construir uma sociedade livre no Quilombo dos Palmares, sendo o maior líder daquele local e que foi combatido pelos poderosos da época até seu assassinato.
O Dia da Consciência Negra, criado pelo movimento negro, além de representar uma homenagem a Zumbi, objetiva ampliar o combate sobre o preconceito racial existente na sociedade brasileira e a necessidade de se criar condições para que a população negra seja respeitada e possa viver com dignidade.
Hoje é uma ótima oportunidade de reflexão sobre quais são os espaços ocupados pela população afro-descendente nas diversas esferas sociais, se tem seus direitos garantidos e se são tratados de forma igualitária as pessoas de pele branca.
Esta reflexão não é para manter feridas abertas, mas sim para buscar formas de cura para as mesmas, pois só aprofundando o debate sobre o tema é que a sociedade brasileira conseguirá acabar com a mazela do racismo ainda existente entre nós.
A história de Zumbi foi uma eterna busca de viver em liberdade e, atualmente, nós, negros e negras continuam lutando por liberdade, para que possamos viver a cultura e religiosidade da raça afro-brasileira, sem que seja considerada simplesmente como parte do folclore brasileiro.
Uma das questões fundamentais para se alcançar esta liberdade se relaciona a necessidade do Brasil ser um Estado realmente laico, respeitando as diversas expressões religiosas, incluindo aquelas de matriz africana, e até o direito das pessoas serem ateístas sem nenhuma forma de discriminação.
Neste sentido, as ações preconceituosas contra os seguidores do candomblé e demais religiões relacionadas ao povo negro deve ser combatida por todos, independentes da raça, que pretendem construir uma sociedade igualitária no país.
Uma questão que também merece nossa reflexão, neste dia, é a continuidade da visão elitista da história do povo brasileiro, que continua sendo contada a partir da versão dos colonizadores, sem levar em consideração a importância de outras raças, que são sempre colocadas em plano inferior.
O resgate e inclusão a presença histórica da raça negra passa pelo estudo da importância dos quilombos, como o de Palmares, que foram os primeiros focos de resistência coletiva contra a opressão da elite, podendo ser considerado como embriões da luta por uma nova sociedade, que continua nos dias atuais.
Em busca deste resgate histórico, o movimento negro vem afirmando ao longo dos anos que “13 de maio não é dia de negro”, buscando desmistificar a idéia que a abolição da escravidão no Brasil se deu a partir da bondade da Princesa Izabel, como se procura mostrar em alguns livros, mas com a luta dos negros e das negras por liberdade, como foi o caso do Quilombo dos Palmares e do próprio Zumbi.
De um modo geral, observa-se que o dia de hoje tem uma importância fundamental para que se alcance uma verdadeira democracia racial entre nós, pois do contrário, continuaremos com as tentativas de esconder a verdade, empurrando o problema para debaixo do tapete, sem encontrar as saídas necessárias para vencer o racismo.
Finalizando, registro que teremos em todo Brasil, neste dia 20 de novembro, eventos comemorativos ao Dia da Consciência Negra, como no caso de Recife, onde haverá um ato no Pátio de São Pedro no final da tarde, precedido de caminhadas no centro da Cidade, cabendo a todos e todas que querem construir uma sociedade igualitária se fazer presentes e participar.
domingo, 8 de novembro de 2009
Um debate necessário: O racismo na sociedade brasileira
Considero que a questão do preconceito racial representa um dos maiores tabus do Brasil, não havendo aprofundamento do debate sobre o assunto, buscando se encontrar formas de combater as práticas racistas existentes entre nós, decorrentes de uma sociedade de origem colonial.
Entendo que o preconceito racial se trata de uma ferida aberta, que não encontrará cura enquanto não for discutido seriamente por parte da sociedade brasileira, objetivando se encontrar as saídas que o caso requer.
O aprofundamento do debate deverá proporcionar um diagnóstico das raízes do preconceito entre nós, possibilitando se encontrar soluções para ações preconceituosas seja no trabalho, escola ou em qualquer relação social.
A fuga deste debate favorece os racistas, que se julgam superiores as outras pessoas devido à cor de sua pele, mantendo um relacionamento preconceituoso no cotidiano, menosprezando as pessoas de outra cor e raça, principalmente a população negra, que é a que mais sofre descriminação no Brasil.
O debate do racismo é de importância fundamental para que tenhamos condições, em um futuro próximo, de afirmar que estamos concretamente vivendo em uma democracia racial, aonde nenhuma pessoa venha ser discriminada pela sua origem racial, revertendo a conjuntura atual de atitudes preconceituosas.
O debate de práticas racistas se torna fundamental para a busca das saídas, logo compreendo que o tema não deve ser tratado de forma secundária, devendo compor a agenda dos diversos segmentos sociais, sempre avaliando tudo aquilo que possa significar um processo de descriminação racial.
Ao ser iniciada a discussão deste tema, encontramos a oposição daqueles que defendem a idéia de que vivemos numa democracia racial, onde a problemática brasileira se encontra na questão social e não na questão da cor da pele das pessoas, afirmando que, na realidade, deveríamos combater a exclusão dos brasileiros e das brasileiras, que vivem em situação de risco ou em plena miséria.
Lógico que concordamos coma importância do debate sobre a exclusão social, mas se for realizada uma análise, veremos que a maior parte da população excluída é representada por pessoas negras, indicando que as duas questões são faces do mesmo problema, ou seja, falar do preconceito racial no Brasil é também falar da exclusão social.
Cabe o registro que a população negra compõe o quadro daquelas pessoas que se encontra desempregadas ou em subempregos e a parcela que consegue empregos devem se sujeitar, em muitos casos, a receberem salários inferiores de empregados brancos,além das dificuldades para s possíveis promoções.
Apesar das dificuldades, observamos que uma parcela cada vez mais crescente da população negra vem terminando os estudos e assumindo posições importantes na sociedade, mas mesmo aqui se observa o racismo com relação a estas pessoas, através de frases como: “ que neguinho inteligente” ou “apesar de ser negra, ela é muito competente”, o que não se escuta ao falar de pessoas brancas, ou,você já ouviu a frase: “que branquinho inteligente”?
Compreendo que um debate sincero sobre o tema do preconceito na sociedade brasileira, poderá possibilitar que muitos negros e muitas negras que não assumem a cor de sua pele, possam superar o medo da descriminação e se vejam a importância da cor de sua pele e de sua raça, bem como não aceitem o discurso da elite que não há preconceitos entre nós e que já se encontra incorporado no pensamento de parte da sociedade.
A discussão do tema racial é fundamental para se vença as formas de intolerância contras as religiões de matriz africana, bem como as demais formas de expressão da população negra, construindo uma sociedade realmente plural, onde cada pessoa veja no outro uma pessoa igual , sem se preocupar com a cor de sua pele, vencendo o racismo ainda existente entre nós.
Como estamos no Mês da Consciência Negra, temos uma ótima oportunidade para iniciar o debate, que tal irmos a ele?
Entendo que o preconceito racial se trata de uma ferida aberta, que não encontrará cura enquanto não for discutido seriamente por parte da sociedade brasileira, objetivando se encontrar as saídas que o caso requer.
O aprofundamento do debate deverá proporcionar um diagnóstico das raízes do preconceito entre nós, possibilitando se encontrar soluções para ações preconceituosas seja no trabalho, escola ou em qualquer relação social.
A fuga deste debate favorece os racistas, que se julgam superiores as outras pessoas devido à cor de sua pele, mantendo um relacionamento preconceituoso no cotidiano, menosprezando as pessoas de outra cor e raça, principalmente a população negra, que é a que mais sofre descriminação no Brasil.
O debate do racismo é de importância fundamental para que tenhamos condições, em um futuro próximo, de afirmar que estamos concretamente vivendo em uma democracia racial, aonde nenhuma pessoa venha ser discriminada pela sua origem racial, revertendo a conjuntura atual de atitudes preconceituosas.
O debate de práticas racistas se torna fundamental para a busca das saídas, logo compreendo que o tema não deve ser tratado de forma secundária, devendo compor a agenda dos diversos segmentos sociais, sempre avaliando tudo aquilo que possa significar um processo de descriminação racial.
Ao ser iniciada a discussão deste tema, encontramos a oposição daqueles que defendem a idéia de que vivemos numa democracia racial, onde a problemática brasileira se encontra na questão social e não na questão da cor da pele das pessoas, afirmando que, na realidade, deveríamos combater a exclusão dos brasileiros e das brasileiras, que vivem em situação de risco ou em plena miséria.
Lógico que concordamos coma importância do debate sobre a exclusão social, mas se for realizada uma análise, veremos que a maior parte da população excluída é representada por pessoas negras, indicando que as duas questões são faces do mesmo problema, ou seja, falar do preconceito racial no Brasil é também falar da exclusão social.
Cabe o registro que a população negra compõe o quadro daquelas pessoas que se encontra desempregadas ou em subempregos e a parcela que consegue empregos devem se sujeitar, em muitos casos, a receberem salários inferiores de empregados brancos,além das dificuldades para s possíveis promoções.
Apesar das dificuldades, observamos que uma parcela cada vez mais crescente da população negra vem terminando os estudos e assumindo posições importantes na sociedade, mas mesmo aqui se observa o racismo com relação a estas pessoas, através de frases como: “ que neguinho inteligente” ou “apesar de ser negra, ela é muito competente”, o que não se escuta ao falar de pessoas brancas, ou,você já ouviu a frase: “que branquinho inteligente”?
Compreendo que um debate sincero sobre o tema do preconceito na sociedade brasileira, poderá possibilitar que muitos negros e muitas negras que não assumem a cor de sua pele, possam superar o medo da descriminação e se vejam a importância da cor de sua pele e de sua raça, bem como não aceitem o discurso da elite que não há preconceitos entre nós e que já se encontra incorporado no pensamento de parte da sociedade.
A discussão do tema racial é fundamental para se vença as formas de intolerância contras as religiões de matriz africana, bem como as demais formas de expressão da população negra, construindo uma sociedade realmente plural, onde cada pessoa veja no outro uma pessoa igual , sem se preocupar com a cor de sua pele, vencendo o racismo ainda existente entre nós.
Como estamos no Mês da Consciência Negra, temos uma ótima oportunidade para iniciar o debate, que tal irmos a ele?
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Mês da Consciência Negra
O mês de novembro é considerado o “Mês da Consciência Negra”, o que ainda não é do conhecimento da maioria da população brasileira. E por que motivo da escolha de novembro para ser o “Mês da Consciência Negra”?
Para responder esta pergunta, torna-se necessário realizar um resgate da História do Brasil, lembrando da escravidão dos negros, que eram trazidos da África para o Brasil, havendo a resistência de muitos dos africanos que fugiam das fazendas e dos engenhos e formavam os quilombos, comunidades onde buscavam viver de forma auto-sustentável, sendo, logicamente, combatidos pelo Governo e pelos “donos das terras”.
Entre os quilombos brasileiros, aquele que teve maior crescimento e organização foi o Quilombo dos Palmares, constituído em terras alagoanas, que chegou, na época, a ter 15% da população brasileira ali residindo.
No quilombo havia a preservação da cultura, tradição identidade e cultos religiosos africanos, o que levavam outros escravos tentarem fugir para lá, aumentando, naturalmente, a ira dos poderosos de então.
O maior líder do Quilombo dos Palmares foi Zumbi, que nasceu livre na comunidade, chegou a ser capturado aos 06 anos de idade e foi entregue a missionários, mas resistiu às tentativas de aculturamento, fugindo e retornando as terras de seu nascimento.
Zumbi nunca aceitou acordo de submissão do Quilombo dos Palmares ao Governo de Portugal, se tornando um líder militar e político, que passou a ser combatido, culminando com sua morte em 20 de novembro de 1695, o que levou ao fim do Quilombo, após mais de 100anos de resistência.
Em homenagem a História de Zumbi, um negro que não se subjugou ao poder dos brancos, os movimentos negros decidiram que a data de sua morte seria considerado o “Dia da Consciência Negra” e, atualmente, em todo mês de novembro é comemorado o “Mês da Consciência Negra”.
Durante todo mês deverão ser realizadas atividades que buscam combater as formas de descriminação racial contra o povo afro-brasileiro, na busca de diminuir o preconceito tão alarmante entre nós, apesar da falsa idéia que se tenta passar que vivemos numa democracia racial.
Como podemos estar vivendo em uma democracia racial, se as oportunidades para as pessoas negras não são iguais que são oferecidas para as pessoas consideradas brancas. Ou você acha o contrário? Bem, para comprovar, basta dar uma olhada em seu local de trabalho e/ou de estudo, onde a grande maioria são pessoas brancas, não se dando oportunidades para os(as) afro-brasileiros(as).
A população negra é a principal vítima da exclusão dentro da sociedade brasileira, residindo, em sua maioria, em péssimas condições e como já afirmei em outro texto deste blog, nós, afro-brasileiros(as), sabemos o quando este discurso de democracia racial é falso, onde, diariamente, sentimos o preconceito pela cor de nossa pele, que, pode ocorrer de forma velada e direta, como no caso de algumas abordagens da Polícia, no tratamento em alguns órgãos públicos e na seleção de empregos de muitas empresas e na falta de respeito as religiões de matriz africana e as expressões culturais, como o maracatu e o afoxé.
O preconceito pode, também, ser observado deforma sutil, seja pela forma de olhar, através de uma piadinha “sem malícia”, bem como em determinadas expressões de nossa língua, onde branco é tudo de bom e negro representa o que é mal, como exemplo, “denegrir a imagem”.Diante deste quadro, as atividades que serão desenvolvidas durante o mês de novembro, buscam ampliar o envolvimento da sociedade no combate ao preconceito racial e a garantia da igualdade entre todos independentes da cor da pele.
Sendo assim, ressaltamos a importância da participação de todos nós nas atividades que estão sendo programadas para o mês de novembro em todo Brasil, lembrando que aqui, em Recife, t destacamos:
- Dia 03 de novembro: III Caminhada dos Terreiros de Matriz Africana e Afro-descendentes, com saída a partir das 15:00 horas do Marco Zero e término no Memorial Zumbi dos Palmares, localizado no Pátio da Igreja da Basílica de Nossa Senhora do Carmo, Centro do Recife.
- Dia 20 de novembro: Atividade político- cultural das 14;00 às 22:00 horas , no Memorial Zumbi dos Palmares, localizado no Pátio da Igreja da Basílica de Nossa Senhora do Carmo, Centro do Recife.
Para responder esta pergunta, torna-se necessário realizar um resgate da História do Brasil, lembrando da escravidão dos negros, que eram trazidos da África para o Brasil, havendo a resistência de muitos dos africanos que fugiam das fazendas e dos engenhos e formavam os quilombos, comunidades onde buscavam viver de forma auto-sustentável, sendo, logicamente, combatidos pelo Governo e pelos “donos das terras”.
Entre os quilombos brasileiros, aquele que teve maior crescimento e organização foi o Quilombo dos Palmares, constituído em terras alagoanas, que chegou, na época, a ter 15% da população brasileira ali residindo.
No quilombo havia a preservação da cultura, tradição identidade e cultos religiosos africanos, o que levavam outros escravos tentarem fugir para lá, aumentando, naturalmente, a ira dos poderosos de então.
O maior líder do Quilombo dos Palmares foi Zumbi, que nasceu livre na comunidade, chegou a ser capturado aos 06 anos de idade e foi entregue a missionários, mas resistiu às tentativas de aculturamento, fugindo e retornando as terras de seu nascimento.
Zumbi nunca aceitou acordo de submissão do Quilombo dos Palmares ao Governo de Portugal, se tornando um líder militar e político, que passou a ser combatido, culminando com sua morte em 20 de novembro de 1695, o que levou ao fim do Quilombo, após mais de 100anos de resistência.
Em homenagem a História de Zumbi, um negro que não se subjugou ao poder dos brancos, os movimentos negros decidiram que a data de sua morte seria considerado o “Dia da Consciência Negra” e, atualmente, em todo mês de novembro é comemorado o “Mês da Consciência Negra”.
Durante todo mês deverão ser realizadas atividades que buscam combater as formas de descriminação racial contra o povo afro-brasileiro, na busca de diminuir o preconceito tão alarmante entre nós, apesar da falsa idéia que se tenta passar que vivemos numa democracia racial.
Como podemos estar vivendo em uma democracia racial, se as oportunidades para as pessoas negras não são iguais que são oferecidas para as pessoas consideradas brancas. Ou você acha o contrário? Bem, para comprovar, basta dar uma olhada em seu local de trabalho e/ou de estudo, onde a grande maioria são pessoas brancas, não se dando oportunidades para os(as) afro-brasileiros(as).
A população negra é a principal vítima da exclusão dentro da sociedade brasileira, residindo, em sua maioria, em péssimas condições e como já afirmei em outro texto deste blog, nós, afro-brasileiros(as), sabemos o quando este discurso de democracia racial é falso, onde, diariamente, sentimos o preconceito pela cor de nossa pele, que, pode ocorrer de forma velada e direta, como no caso de algumas abordagens da Polícia, no tratamento em alguns órgãos públicos e na seleção de empregos de muitas empresas e na falta de respeito as religiões de matriz africana e as expressões culturais, como o maracatu e o afoxé.
O preconceito pode, também, ser observado deforma sutil, seja pela forma de olhar, através de uma piadinha “sem malícia”, bem como em determinadas expressões de nossa língua, onde branco é tudo de bom e negro representa o que é mal, como exemplo, “denegrir a imagem”.Diante deste quadro, as atividades que serão desenvolvidas durante o mês de novembro, buscam ampliar o envolvimento da sociedade no combate ao preconceito racial e a garantia da igualdade entre todos independentes da cor da pele.
Sendo assim, ressaltamos a importância da participação de todos nós nas atividades que estão sendo programadas para o mês de novembro em todo Brasil, lembrando que aqui, em Recife, t destacamos:
- Dia 03 de novembro: III Caminhada dos Terreiros de Matriz Africana e Afro-descendentes, com saída a partir das 15:00 horas do Marco Zero e término no Memorial Zumbi dos Palmares, localizado no Pátio da Igreja da Basílica de Nossa Senhora do Carmo, Centro do Recife.
- Dia 20 de novembro: Atividade político- cultural das 14;00 às 22:00 horas , no Memorial Zumbi dos Palmares, localizado no Pátio da Igreja da Basílica de Nossa Senhora do Carmo, Centro do Recife.
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